sexta-feira, 15 de abril de 2011

31 de Março

31 de Março.

São Benjamin, Mártir.

(+ Pérsia, séc. V)

Era diácono e pregava a ver­dadeira religião entre os adorado­res do fogo que dominavam a Pér­sia.

Foi aprisionado e sofreu tor­mentos espantosos por se recusar a adorar o fogo. Afinal morreu empalado, por amor a Nosso Se­nhor Jesus Cristo.

Santo Guido
+1046

São Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália.

Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação.

Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por tomá-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos.

Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Logo em seguida, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão.

Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento.

Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exercê-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé.

Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

Santo Amós

Profeta
783-743 a.C.

Entre os grandes profetas de Deus, Amós foi o primeiro a deixar suas mensagens por escrito, encabeçando uma lista onde se sucedem: Oséias, Isaías, Jeremias e outros.

Com o desenvolvimento e a popularização da escrita se desenrolando em toda a cultura mundial, no século VIII a.C., as profecias passaram a ser registradas e distribuídas com maior rapidez e eficiência do que com o método oral, expandindo a comunicação da palavra do Criador.

Profetas são pessoas com os pés no chão, profundamente conhecedoras da vida de seu povo e de sua realidade. Conhecem e vivem a realidade, mas são extremamente sensíveis a Deus.

Por isso são escolhidos e se tornam anunciadores da vontade de Deus para aquele momento histórico. E por isso denunciam tudo aquilo que fere a vontade de Deus.

Assim, aconteceu com as profecias de Amós que ficaram para a posteridade e pouco sobreviveu de sua história pessoal. Sabe-se ainda que antes de se entregar totalmente à sua religiosidade, Amós foi pastor de ovelhas em Tácua, nos limites do deserto de Judá,não há sequer razão para considerá-lo um proprietário de grandes proporções.

Um pequeno sítio talvez, com condições razoáveis para garantir-lhe sustento, a si e sua gente, onde permaneceu muito tempo, pois nem pertencia à corporação oficial dos profetas.

Teve um curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, mas foi expulso de Israel e voltou à atividade anterior. Pregou depois durante o reinado de Jeroboão II, entre os anos 783 e 743 antes de Cristo.

Julgam os historiadores que Amós era ainda muito jovem quando recebeu um chamado irresistível de Deus para proclamar suas mensagens. Os Escritos registram também que seu trabalho espiritual abriu uma esperança para o povo, que sentia o peso do Senhor sobre certos habitantes.

No seu ministério profético aconteceu quando o povo de Israel vivia a divisão entre norte e sul. Amós embora originário do sul profetizou no norte, que viveu anos de instabilidade econômica, alternados com anos de prosperidade.

Esta que foi construída por alguns para si mesmos, enquanto que outros foram oprimidos. Por um lado havia luxo e fartura; por outro, empobrecimento e miséria.

O profeta Amós deixa claro que junto à tudo isso, vem a decomposição social, a corrupção religiosa e a falsidade no culto. O culto em sua falsidade encobria na verdade o grande pecado: a injustiça social.

29 de Março São João Clímaco, Confessor




Era originário da Palestina. Viveu algum tempo num mosteiro situado no Monte Sinai. Depois retirou-se para a solidão, num local mais afastado situado numa extremidade do monte, e ali viveu 40 anos em oração e penitência.

Contava já 75 anos quando foi convidado a retornar ao mosteiro, que necessitava de um abade. Aceitou e foi abade exemplar.

A fama de sua santidade chegou a Roma, e o Papa São Gregório Magno mandou-lhe uma carta, na qual lhe pedia orações e oferecia um donativo para a hospedaria de peregrinos que São João Clímaco fundara.

Escreveu o livro Escada do Paraíso, que o Martirológio Romano designa como "verdadeira suma de espiritualidade monástica"

28 de Março São Gontrão, Rei e Confessor




Filho do Rei Clotaire e de Santa Clotilde. Foi coroado rei de Orleans e Burgonha em 561, enquanto seus irmãos Charibert reinavam em Paris e Sigebert em Metz.

Em geral sua vida foi a de um pacificador. Ele protegeu seus sobrinhos contra as maldades das rainhas Brunehault e Fredegunde.

Mas ele tinha períodos de intemperança. Divorciou-se de sua esposa Maercatrude e ordenou a execução de seu medico. Ele teve depois enorme remorso e lamentou por esses pecados pelo resto de sua vida, por si próprio e por sua nação. Ele jejuava, orava, chorava e oferecia-se ao Deus que tinha ofendido.

Seu reinado foi prospero e ele deu exemplos de como as máximas do Evangelho podiam ser usados efetivamente na política.

Ele foi o protetor dos oprimidos, ajudou os doentes, e cuidou dos parentes de seus súditos. Ele abriu a sua fortuna e a da coroa especialmente nos períodos da fome, seca e das pragas. Ele fez seguir as leis de maneira justa e estrita, independente da pessoa mas estava pronto a perdoar ofensas contra ele, incluído duas tentativas de assassinato.

Gontrão construiu magníficas igrejas e vários monastérios. São Gregório de Tours relata vários milagres feitos pelo Rei antes e após a sua morte, alguns que ele mesmo testemunhou. Na época de sua morte, em 28 de marco de 592, Gontrão havia reinado por 31 anos e imediatamente seus súditos o aclamaram como santo. Ele foi enterrado na igreja de São Marcellus, a qual ele havia construído. Os Huguenots queimaram suas relíquias e espalharam suas cinzas no século 16º mas deixaram, em sua fúria, o crânio intocável. Ele está agora em uma caixa de prata na mesma igreja.

Na arte litúrgica da Igreja ele é representado como um rei encontrando um tesouro e dando para os pobres. Algumas vezes ele é mostrado com três bolsas de tesouros perto dele, um globo e uma cruz.

Ele é o padroeiro dos divorciados, dos guardiões e dos assassinos arrependidos

27 de Março São Ruperto, Bispo e Confessor



Sua família tinha origem na Casa Real merovíngia e Ruperto era um nobre descendente dos condes que dominavam a região do médio e do alto Reno, rio que percorre os Alpes europeus. Os Rupertinos eram parentes dos Carolíngios e o centro de suas atividades estava em Worms, onde Ruperto recebeu sua formação junto aos monges irlandeses.

No ano 700, sua vocação de pregador se manifestou e ele dirigiu-se à Baviera, na Alemanha, com este intuito. Com o apoio do conde Téodo da Baviera, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou uma igreja dedicada a São Pedro, perto do lago Waller, a dez quilômetros de Salzburgo.

Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Salzach, nos arredores da antiga cidade romana de Juvavum.

Nesse terreno, o mosteiro que o bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Salzburgo. Teve para isso o apoio de doze concidadãos, dois dos quais também se tornaram santos: Cunialdo e Gislero.

Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Erentrudes. Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.

Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Erentrudes.

Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.

São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade.

Foi seu primeiro bispo e sua influência alastrou-se tanto, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque alí foi tomado como modelo pelos monges irlandeses.

No grande cenário dos santos sociais italianos, despontados na região da cidade de Turim, Francisco Faà de Bruno é uma das figuras mais complexas.

A maioria deles ingressou na vida religiosa para se formar já na condição de sacerdotes diocesanos. Ele ingressou "tarde" na ordenação sacerdotal, tendo exercido o seu apostolado de laico nos campos fundamentais.

O beato Francisco nasceu na cidade italiana de Alexandria, em 29 de março de 1825, era o caçula dos doze filhos de uma nobre família muito cristã. Aos dezesseis anos, ingressou na Real Academia Militar, com o objetivo de seguir uma carreira no exército.

Porém, por ser um cristão convicto, entrou em conflito pessoal com relação à irreligiosidade "de prescrição" decorrente do mundo político-militar. Por isto, doze anos depois trocou a carreira pelo estudo acadêmico das ciências exatas. Viajou à Paris e na universidade de Sorbone, obteve o título de doutor com louvor.

Retornando à sua cidade foi trabalhar como professor de matemática. Em 1871, Faà de Bruno era um conceituado professor da universidade de Turim, sendo o titular da cadeira. Seus trabalhos matemáticos o tornaram famoso em todo o mundo, sendo publicados e traduzidos em vários países.

Entretanto, simultaneamente à sua atividade intelectual, Faà de Bruno sempre se manteve em contato e atuando junto às comunidades religiosas. Era amigo pessoal do padre João Bosco que, em Turim, trabalhava para ajudar os meninos que chegavam à procura de um emprego urbano. Dom Bosco patrocinava aos jovens, instrução profissionalizante, religiosa, alojamento e recreação.

Faà de Bruno percebeu que deveria atuar na outra ponta, auxiliando as meninas, que ficavam expostas às armadilhas urbanas, enquanto buscavam a sobrevivência e um emprego.

Criou para elas, com um grupo de senhoras, a Obra de Santa Zita que mantinha as jovens sob sua guarda no Conservatório do Sufrágio, uma casa similar às fundadas por Dom Bosco, para os meninos.

Não satisfeito, fundou a Tipografia do Sufrágio, que funcionava como escola tipográfica para as jovens. Alí ele imprimia a Revista de Matemática, que era vendida em países e cujas divisas eram revertidas para a Obra.

Em 1867, no pequeno povoado de São Donato, iniciou-se a construção da igreja de Nossa Senhora do Sufrágio, cujo projeto foi feito por ele. Nove anos depois, ele escolheu esta igreja para celebrar a sua primeira Missa.

Faà de Bruno, o professor, seguindo o conselho de Dom Bosco, desejou ser padre aos cinqüenta anos de idade, e se fez em dez meses, por intervenção direta do Papa Pio IX.

Depois, para dar estabilidade à Obra de Santa Zita, o padre fundou em 1881, a ordem religiosa das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora do Sufrágio.

O Padre Francisco Faà de Bruno morreu serenamente em 27 de março de 1888.

Exatamente um século depois, o Papa João Paulo II, o beatificou, para ser reverenciado no dia de sua morte.

As suas relíquias estão guardadas na igreja que ele projetou, em Turim, Itália.

As irmãs continuaram a sua Obra e hoje estão presentes na Europa e América Latina.